O Setembro Amarelo é o mês dedicado às ações de consciência pela valorização da vida e prevenção ao suicídio.
A depressão é uma das doenças emocionais mais comuns e mais relacionadas aos altos índices de suicídio entre pessoas de todas as idades e classes sociais.
Diante desse cenário, precisamos fazer um alerta sobre os mitos sobre a depressão que, de tão repetidos, acabam atrapalhando o reconhecimento, o diagnóstico e o devido tratamento de um problema que é muito grave.
Veja a seguir, o que é mito e o que é verdade sobre essa, que já é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a doença do século.
Mitos e verdades sobre depressão
Confira, a seguir, as frases e suposições mais comuns acerca da depressão, e seu devido esclarecimento.
1. Mulheres são mais propensas à depressão
Verdade!
Por causa das alterações hormonais, mulheres estão mais suscetíveis a sofrer com a depressão que os homens.
De acordo com a OMS, para cada homem doente, temos 2 mulheres enfrentando o problema.
Contudo, isso não quer dizer que a depressão seja “doença de mulher”, como alguns afirmam. Apenas, por questões biológicas, a mulher está mais propensa a sofrer com esses e outros transtornos emocionais.
2. Depressão é frescura
Mito!
A depressão é um transtorno de humor complexo, que envolve fatores emocionais, sociais e biológicos.
É uma das causas mais frequentes de suicídio e compromete totalmente a qualidade de vida do indivíduo. Quem sofre com depressão, muitas vezes precisa de acompanhamento médico, inclusive com uso de medicação.
A ideia de que depressão seja mero sentimentalismo ou falta de força faz com que a pessoa se sinta ainda pior ou até culpada pelo quadro que apresenta.
Esse tipo de afirmação apenas dificulta a busca por ajuda, a realização do diagnóstico e, por fim, o tratamento.
3. A pessoa com depressão quer que sintam pena dela
Mito!
Uma das ideias mais recorrentes sobre pessoas com quadros depressivos – especialmente os casos mais persistentes – é de que elas fazem isso para receber mais atenção.
Ao contrário dessa crença de alguns, alguém com depressão em geral prefere esconder essa condição para evitar julgamentos, comentários ou para não ser motivo de pena por parte dos outros.
Nas situações em que esse problema acaba sendo exposto, é mais como um pedido de ajuda, ainda que nem a própria pessoa se dê conta disso, e deve ser encarado como um sinal de alerta para quem está em volta.
Sintomas como tristeza profunda, apatia ou falta de motivação são causados pelo desequilíbrio provocado pelo transtorno. Logo, sendo os sintomas de uma doença e, de forma alguma, devem ser encarados como algo para chamar atenção.
4. Depressão é doença de rico
Mito!
A depressão não escolhe classe social e pode afetar qualquer pessoa, seja ela rica, ou pobre.
A diferença é que pessoas com mais condições financeiras também são aquelas com mais acesso a informação, tratamentos e assistência de qualidade, sendo os casos que “mais aparecem”.
As pessoas com menos recursos (e esclarecimento) muitas vezes nem sabem que estão enfrentando um quadro depressivo ou, se sabem, acabam nem buscando ajuda, devido às dificuldades para obterem tratamento.
🚨 Conhece alguém nessa situação?
É possível encontrar suporte pelo sistema de saúde privado ou mesmo de forma gratuita, por meio dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Ou, ainda, caso perceba alguém em risco de autoextermínio, ofereça o contato de um dos postos de atendimento do Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo número 188.
5. Depressão é genética
Parcialmente verdade!
Isso não quer dizer que, obrigatoriamente, uma pessoa que tem alguém na família com depressão também desenvolverá a doença. O que existe é uma predisposição genética, ou seja, uma possibilidade maior, não uma certeza.
Por isso, é importante saber se existe alguém na família que sofre ou já sofreu com a doença para que, desta forma, o indivíduo consiga observar melhor possíveis sinais em si.
6. Pessoas com depressão não melhoram porque não querem
Mito!
A depressão compromete o indivíduo em vários aspectos, desde o biológico até o social, com alterações comportamentais e da bioquímica cerebral.
O tratamento envolve psicoterapia, acompanhamento médico especializado e, inclusive, uso de medicamentos em alguns casos.
A melhora depende de muitos fatores e não exclusivamente da vontade do indivíduo. Nesse sentido, contar com o suporte de rede de apoio pode fazer toda diferença.
A importância da ajuda profissional
A ajuda profissional é indispensável na prevenção, diagnóstico e tratamento da depressão.
Como vimos, a depressão é uma doença complexa e multifatorial, relacionada a fatores emocionais e à bioquímica cerebral, o que faz com que seja muito difícil para a pessoa superar isso sozinha.
Nesse sentido, contar com ajuda especializada é fundamental para a superação do quadro e redução do risco de novos episódios.
Para tanto, o(a) profissional de primeira escolha nos quadros de depressão é o(a) psicólogo(a), que fará uma avaliação do quadro e poderá optar por um tratamento exclusivamente com psicoterapia (nos quadros mais leves) ou solicitando acompanhamento médico, para uso de medicações antidepressivas (quadros moderados a graves).
A depressão é uma doença que não pode ser subestimada. Pelo contrário, exige de toda a sociedade um olhar mais atento, cuidadoso, empático e responsável. Estamos diante de números elevados de complicações graves causadas por sintomas depressivos e não podemos deixar de falar sobre isso.
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