Como evitar o colesterol alto

Você já deve ter ouvido falar que o colesterol é uma gordura ruim para o organismo. Na verdade, quimicamente falando, o colesterol é um álcool complexo, mas com propriedades semelhantes às das gorduras.

Também não é uma substância necessariamente ruim, uma vez que desempenha funções importantes em nosso organismo, relacionadas à produção de energia, de hormônios (como a testosterona), na formação das membranas celulares, ser precursor da vitamina D, participar do metabolismo de vitaminas lipossolúveis (A, E e K), além de auxiliar na digestão de alimentos (formação dos sais biliares).

O problema é quando o colesterol está em excesso dentro da corrente sanguínea. Quando isso acontece, seu acúmulo forma placas de gordura nas paredes das artérias, impedindo o fluxo sanguíneo.

O sangue, por sua vez, é responsável por levar oxigênio e nutrientes para órgãos e tecidos, como o cérebro e o pulmão, por exemplo. Quando o caminho está bloqueado, o sangue não circula adequadamente, e os órgãos sofrem.

Esse quadro de obstrução da circulação sanguínea é classificado como aterosclerose.

As doenças cardiovasculares são a consequência mais grave da obstrução arterial, como os acidentes vasculares cerebrais (conhecidos como derrame), infartos e aneurismas.

O risco dessas doenças é ainda maior quando as paredes das artérias já estão danificadas, o que é muito comum em hipertensos, fumantes e idosos.

Outra confusão muito comum é sobre os tipos de colesterol, conhecidos como o bom e o ruim.

Na verdade, existe somente um tipo de colesterol. O que acontece é que ele não circula sozinho pelo organismo, mas acompanhado por lipoproteínas, uma combinação de proteínas e gorduras, como veremos em mais detalhes abaixo.

• LDL (colesterol ruim) – Lipoproteína de baixa densidade, a LDL é considerada uma molécula “ruim” porque leva o colesterol do fígado até os tecidos, e o excesso dessa combinação aumenta o risco de entupimento de artérias. O ideal é manter seus níveis abaixo de 130 mg/dL.
• HDL (colesterol bom) – Lipoproteína de alta densidade, a HDL é considerada uma molécula “boa” porque retira o colesterol dos tecidos e leva para o fígado, onde será metabolizado.  Deve estar acima de 40 mg/dL.
• VLDL – Essa lipoproteína de densidade muito baixa tem a função principal de transportar triglicerídeos (outra gordura), e menos colesterol, mas também pode elevar o risco de obstrução arterial, quando em excesso.

💡 Uma dúvida de muitas pessoas é conseguir se lembrar qual é a fração “boa” do colesterol e qual a “ruim”. Uma dica que alguns médicos dão, para nunca mais se confundir é associar o “H” do HDL com “herói” da saúde, e o “L” do LDL com “ladrão” da saúde.

Frituras e alimentos ricos em gordura animal devem ser evitados ou consumidos com moderação, especialmente para quem já tem o colesterol elevado. São exemplos: carne com gordura aparente, gema de ovo, embutidos, vísceras de animais. 

Já os industrializados, como sorvetes e biscoitos recheados devem ter um consumo ainda mais restrito por quem deseja manter sob controle as gorduras no sangue.

Com relação aos triglicerídeos, vale citar que esse tipo de gordura sanguínea é mais influenciado pelo consumo excessivo de carboidratos, como doces e massas, além das bebidas alcoólicas. 

O ideal é investir em uma alimentação natural, com verduras, legumes, oleaginosas, alimentos ricos em fibras e proteínas magras, como peixe, frango sem pele e carnes magras. 

Além disso, é importante fazer substituições saudáveis, trocando laticínios integrais pelos desnatados, além de reduzir a ingestão de doces, frituras e salgados.

Mais do que fazer dietas ou trocar alguns alimentos, o ideal é buscar uma reeducação alimentar. Aprenda o que é e como fazer neste outro artigo!

O sedentarismo é um fator de risco para o colesterol alto e para outras doenças. Por isso, deve ser evitado com a prática constante de exercícios físicos.

A razão é que o excesso de calorias não gastas vão se acumular, principalmente na forma de triglicerídeos, gerando obstrução das artérias.

Para ter benefícios em relação ao colesterol, os tipos de exercícios mais indicados são os aeróbicos, como caminhadas, corridas, bicicleta, natação ou mesmo dança.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indicado é fazer entre 75 e 150 minutos de atividades físicas intensas por semana, ou de 150 a 300 minutos de atividades moderadas nesse mesmo período.

O sobrepeso e a obesidade são fatores fortemente associados a problemas cardiovasculares, como é o caso do colesterol elevado.

Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 58% dos quadros diabetes, mais de 21% dos problemas cardiovasculares e até 42% dos casos de câncer têm relação com o excesso de peso.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que a circunferência abdominal fique abaixo de 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens; a partir do que já se elevam bastante os riscos cardiovasculares.

🚨 É importante citar, no entanto, que mesmo pessoas consideradas no peso ideal também podem ter elevação do colesterol, devendo manter os mesmos cuidados e avaliações regulares.

Como vimos ao longo do artigo, o principal alvo do acúmulo de colesterol são as paredes das artérias, e o cigarro é o inimigo número um dessas estruturas.

As diversas substâncias nocivas do tabaco têm o poder de danificar as paredes destes vasos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis ao acúmulo de gordura.

Portanto, é um hábito ruim que devemos evitar!

Já o álcool em excesso eleva a produção de toxinas, sobrecarregando o fígado, além de aumentar a produção do colesterol ruim e diminuir a produção do colesterol bom.

O colesterol alto é uma doença assintomática, que só se manifesta quando as complicações já estão aparecendo. Por isso é fundamental manter o acompanhamento médico – com consultas e exames – de forma regular.

Vale citar que a elevação do colesterol não acompanha um perfil específico de pessoas, seja por idade, peso ou sexo. Mesmo crianças podem apresentar essa alteração.

Sendo assim, é sempre importante avaliar de tempos em tempos esses índices sanguíneos – conhecidos como exame de perfil lipídico – além de manter os bons hábitos recomendados neste artigo.

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