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Hanseníase: o que você precisa saber sobre a doença!

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Hanseníase: o que você precisa saber sobre a doença!

A hanseníase é uma doença crônica, contagiosa e transmissível, que impacta a vida da pessoa afetada de várias maneiras, limitando seu convívio social, comprometendo sua qualidade de vida e reduzindo sua autoestima.

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, mais de 27 mil novos casos da doença foram notificados em 2019. Desses, cerca de 1.500 ocorreram em menores de 15 anos de idade.

A informação sobre o tema, o diagnóstico precoce e o tratamento correto são fundamentais para o controle da doença. Saiba mais a seguir!

O que é a hanseníase?

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, que causa um processo inflamatório nos nervos, especialmente das regiões periféricas do corpo, como braços e pernas.

É causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Popularmente referida como “lepra” ou “Mal de Lázaro”, termos não recomendados pois podem estigmatizar as pessoas que enfrentam essa condição.

Esse bacilo pode ser transmitido de uma pessoa para outra, por meio do contato direto, próximo e prolongado com secreções da pessoa infectada, quando esta não está em tratamento, como gotículas de saliva eliminadas durante a fala ou tosse, além das secreções nasais, eliminadas durante um espirro, por exemplo.

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A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. Sua evolução acontece de forma progressiva, ao longo do tempo, com potencial de comprometer seriamente a vida do paciente, caso não seja tratada. 

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Principais sintomas da hanseníase

A hanseníase pode demorar até anos para manifestar seus sintomas, que é a fase chamada de “período de incubação”.

Quando se torna ativa, seus principais sinais podem ser:

  • Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) pelo corpo, na maioria das vezes com perda da sensibilidade ao calor ou frio, à dor e/ou ao toque;
  • Surgimento de caroços (em alguns casos avermelhados e dolorosos) e ferimentos de difícil cicatrização;
  • Sensação de formigamentos, cãibras, “agulhadas” ou “pontadas finas” na pele;
  • Redução da força muscular, que se apresenta pela dificuldade em segurar objetos;
  • Áreas do corpo ressecadas, com perda de pelos;
  • Coceira e irritação nos olhos;
  • Ferimentos e sangramentos no nariz.

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Hanseníase: diagnóstico, tratamento e prevenção!

1. Diagnóstico

O diagnóstico da doença passa primeiro pela avaliação – pelo(a) médico(a) – da história clínica do(a) paciente, reunindo informações que ajudem a caracterizar o quadro, bem como as possíveis fontes de contaminação.

Após isso, passa-se ao exame físico, quando é feita a chamada avaliação dermatoneurológica do(a) paciente, checando a presença de lesões e alterações na pele, bem como o nível de sensibilidade nessas áreas.

Além disso, é feita uma avaliação neurológica, visando checar as respostas do paciente, como a força em mãos, braços, pernas e pés.

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2. Tratamento

O tratamento medicamentoso para a hanseníase é realizado com o uso de antibióticos que vão barrar a atuação da bactéria causadora da doença e a sua transmissão. 

Essa intervenção é feita, em geral, pelo uso da chamada Poliquimioterapia Ùnica (PQT-U), composta pela rifampicina, a dapsona e a clofazimina. Esse tratamento é oferecido de forma gratuita e exclusiva pelo Sistema Único de Saúde.

O tempo mínimo prescrito para o tratamento é de 6 meses, não devendo ser interrompido antes disso, para não comprometer sua eficácia.

Além disso, pode ser necessário realizar consultas com dermatologista, para cuidar da pele, após a manifestação dos sintomas. 

Quando não tratada corretamente, a hanseníase pode deixar sequelas definitivas, comprometendo seriamente a mobilidade do indivíduo e sua qualidade de vida, além de aumentar o número de infectados.

Consultas com dermatologista serão necessárias durante todo tratamento para orientações de cuidados com a pele, e tratamento de possíveis complicações. 

3. Prevenção

A prevenção deve ser feita por aqueles que têm contato com a pessoa doente, sendo fundamental para impedir o contágio. Os cuidados incluem a aplicação da vacina BCG, a avaliação e observação dos sintomas, além da busca pelo diagnóstico precoce.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e o tratamento da doença, melhores serão as chances de cura e menor será o número de pessoas infectadas.

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Como é a vida de quem contraiu a doença

A hanseníase é uma doença conhecida há muito tempo pela medicina e sempre esteve envolvida em muitos preconceitos por causa dos seus sintomas e por ser contagiosa.

Tais características geraram um estigma muito grande em relação às pessoas afetadas pelo problema.

Durante muito tempo, a hanseníase também era conhecida como lepra, e as pessoas diagnosticadas eram tratadas em espaços específicos e isolados, chamados de leprosários, onde ficavam confinadas por anos a fio, até à morte.

Hoje, o termo “lepra” já caiu em desuso no Brasil após um enorme esforço do país em reduzir o preconceito em relação à doença. Além disso, o tratamento já existe e acontece de forma simples e acessível, mas o estigma ainda é muito latente. 

Indivíduos que têm hanseníase ainda precisam enfrentar a falta de conhecimento do outro, o preconceito, além de ter que lidar com todos os incômodos e desconfortos provocados pela doença.

Atividades rotineiras, como o trabalho e os estudos, são afetados, e os momentos de lazer e o convívio social também são reduzidos, devido não só às alterações físicas e mentais, mas também por causa da resistência da sociedade em geral em acolher esses indivíduos.

Felizmente, a hanseníase tem cura e, quando diagnosticada de forma precoce, as chances do paciente levar uma vida normal e sem sequelas é muito grande.

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