Cuidado e Prevenção

ISTs – Mesmo sem as festas de carnaval, o melhor bloco é a proteção!

5 Minutos de Leitura

Dados recentes do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), de 2021, apontam que a maior concentração dos casos de Aids no Brasil entre os anos 2010 e 2020, foi observada em pessoas com idade entre 25 e 39 anos: 52,0% dos casos do sexo masculino e 47,8% dos casos do sexo feminino.

“Isso nunca vai acontecer comigo!”, a frase ouvida com frequência, demonstra certa descrença das pessoas em relação à transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Que podem sim, ocorrer com qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, após o início das relações, independente de raça, sexo ou idade.

Por isso, é importante manter os exames em dia, estar atento(a) aos sinais do corpo. Além de investir em diálogo entre os parceiros.

Então, vamos trocar a frase anterior por:

“Devo me cuidar, isso pode acontecer comigo, sim!!”

“Aconteceu com um amigo(a) meu(minha)!”, existe ainda um sentimento de querer esconder as infecções. Além disso, mesmo que as pessoas tenham acesso ao tratamento, pode ocorrer de se exporem novamente. Lembre-se que: negar a necessidade do tratamento ou o aparecimento de alguma doença é um fator de risco!

Por isso, vamos mudar o nosso comportamento daqui para frente, adotando uma postura mais responsável:

“Isso me serviu de alerta! Se aconteceu com ele(a), pode acontecer comigo!”

“Minha família não pode saber!”, o receio de que a família saiba, ou até os amigos, pode gerar desconforto. Neste caso, vale ressaltar que a conversa com o(a) médico(a), pode acontecer de maneira individual. E se preferir, com a presença do pai e da mãe, caso o(a) paciente seja menor de idade.

O acompanhamento médico é imprescindível. Por outro lado, o apoio familiar pode trazer acalento e maior calma para o tratamento. Neste sentido, a iniciativa em buscar ajuda vai facilitar a tomada de decisões:

“Vou falar com o familiar que mais confio, esse apoio vai ser importante!”

“Fiz o teste, deu positivo. E agora o que vou fazer?”,

Não é fácil! Receber um diagnóstico sempre vai causar desconforto e medo.Mas, o momento exige atitude e responsabilidade.Converse com um(a) médico(a). Se possível, procure ajuda psicológica e caso tenha um parceiro(a), converse com ele(a), de maneira franca.

Lembre que o seu resultado é algo pessoal. Você pode manter o sigilo. Mas, tente falar com um(a) amigo(a) ou familiar de confiança para te auxiliar. Não enfrente a situação sozinho(a)!

“Estou diante de um desafio, mas com o acompanhamento e o tratamento corretos, sei que ficarei bem!”

Algumas ISTs podem ser transmitidas da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Isso, além de gerar sofrimento materno, pode provocar aborto, parto prematuro, morte fetal, doenças congênitas ou morte do recém-nascido.

A triagem de IST durante o acompanhamento de pré-natal é uma intervenção eficaz. Existem protocolos terapêuticos específicos para cada infecção e, o tratamento deve ser ofertado às gestantes e às suas parcerias sexuais.

Confira a entrevista completa com a enfermeira da Geap, Aglaís Vieira da Silva

Quais os principais sintomas das ISTs?

De modo geral, as ISTs podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas ano genitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, dor durante as relações sexuais, lesões de pele e surgimento de adenites (ínguas) na região inguinal.

Como podemos prevenir as ISTs, quantas consultas ao ano? E com quais médicos?

O uso do preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais), é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs, do HIV/aids e das hepatites virais B e C.

A recomendação do MS é que toda mulher que iniciou a atividade sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 64 anos. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos. As consultas e exames podem ser feitas por médico(a) ginecologista ou por médico e/ou enfermeiro(a) especialista em Saúde da Família.

Recomenda-se que homens que iniciaram a atividade sexual também consultem o urologista pelo menos uma vez ao ano, para avaliação do sistema reprodutor e detecção de possíveis ISTs.

Como são os tratamentos? Há cura para algumas ISTs?

O tratamento varia de acordo com o tipo da infecção. Contudo, a maior parte das ISTs tem cura e, alguns casos, desde que identificados precocemente, podem ser completamente curadas com uma só dose de medicamento.

Considerando que as ISTs podem ser causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos e protozoários), o tratamento farmacológico pode ser feito por meio de antivirais, antimicrobianos e antifúngicos. A aplicação, a posologia e a periodicidade devem ser prescritas e administradas de maneira individualizada.

O tratamento deve ser ofertado para a pessoa com IST e para todas as suas parcerias sexuais. É importante reforçar que o diagnóstico e tratamento interrompe a cadeia de transmissão, prevenindo outras infecções e possíveis complicações.

Como funciona a vacina do HPV?

O MS informa que a vacina contra o HPV é preventiva, e tem como objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nela contidos. Portanto, não é terapêutica, ou seja, não há eficácia contra infecções ou lesões já existentes.

A vacina oferecida pelo SUS é a quadrivalente, para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em mulheres e homens, relacionados ao HPV 6, 11, 16 e 18.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina para:

– Meninas de 9 a 14 anos de idade;

– Meninas de 15 anos que já tenham tomado uma dose;

– Meninos de 11 a 14 anos de idade;

– Indivíduos de 9 a 26 anos de ambos os sexos nas seguintes condições: convivendo com HIV/Aids; pacientes oncológicos em quimioterapia e/ou radioterapia; transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea.

Em caso positivo para HIV, haja vista o tratamento com antirretroviral. Quais os cuidados o(a) paciente deve ter?

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso universal e gratuito à terapia antirretroviral. O tratamento deve ser iniciado quando a pessoa vivendo com HIV estiver informada sobre seus benefícios e riscos, além de fortemente motivada e preparada para o tratamento, respeitando sua autonomia.

A terapia com antirretroviral considera, além dos benefícios relacionados à redução da morbimortalidade em pessoas vivendo com HIV, a diminuição da transmissão da infecção.

O acompanhamento médico e multidisciplinar é essencial para nortear os cuidados do(a) paciente. Contudo, é de suma importância enfatizar que o tratamento, uma vez iniciado, não deverá ser interrompido.

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