Quando estamos de frente às prateleiras do supermercado, com tantas opções de alimentos práticos e rápidos – mas também cheios de açúcar, gordura e conservantes – é que vemos o quanto pode ser difícil manter uma dieta baseada em itens saudáveis e naturais.
O resultado disso são consequências cada vez mais graves à saúde das pessoas, com inúmeras doenças relacionadas à má alimentação, como verificou uma pesquisa da Revista Britânica The Lancet, que mostrou que, somente em 2017, cerca de 11 milhões de pessoas morreram em todo o mundo, por doenças relacionadas aos hábitos alimentares; três milhões a mais que as mortes pelo hábito de fumar.
Nesse sentido, cuidar melhor do que colocamos no prato é fundamental para ter uma vida mais longa e saudável. E para te ajudar a conseguir isso, listamos a seguir uma série de benefícios de uma reeducação alimentar, o que pode ser mais fácil do que você pensa.
Então acompanhe o artigo até o final.
O que é uma reeducação alimentar?
Diferentemente das dietas – cujo objetivo principal é reduzir por um tempo o consumo de certos alimentos – visando perda de peso ou o controle de doenças, a reeducação alimentar (RA) se refere a uma mudança definitiva no estilo de vida, visando reduzir (ou mesmo eliminar) da rotina alimentar certos hábitos que não fazem bem à saúde e/ou à forma física.
Além disso, os objetivos dessas duas estratégias são bastante diferentes, uma vez que dietas buscam objetivos mais específicos e imediatos, enquanto que uma reeducação alimentar busca mudanças mais amplas e sustentáveis.
Na prática, significa que em vez de passar horas sem comer ou restringir muitos alimentos (como seria numa dieta), numa reeducação alimentar busca-se:
- Aprender a fazer melhores escolhas de alimentos;
- Realizar substituições por opções equivalentes, porém mais saudáveis;
- Ler e interpretar as informações nos rótulos dos alimentos;
- Distribuir melhor as refeições ao longo do dia.
Ou seja, uma reeducação alimentar é um processo de aprendizado nutricional para ser levado por toda a vida, buscando objetivos que vão muito além de simplesmente perder peso; apesar disso também fazer parte dos benefícios.
Os principais benefícios de uma reeducação alimentar
Como citamos no tópico anterior, uma dieta busca alcançar resultados imediatos e, na maioria dos casos, temporários. Por isso, elas precisam ser repetidas de tempos em tempos.
Já no caso da RA, é um processo mais longo, que pode até ser mais difícil no começo, mas que, com o passar do tempo, torna-se parte da rotina diária, gerando inúmeros benefícios, como:
1. Cabelos, unhas e pele saudáveis
Ao optar por alimentos mais nutritivos, o organismo passa a receber quantidades maiores, mais regulares e variadas de nutrientes e vitaminas.
Entre eles estão as chamadas “gorduras do bem” (presente nos peixes e oleaginosas) e as vitaminas A, C e B7 (biotina), que atuam diretamente na saúde dos cabelos, das unhas e da pele, trazendo mais beleza e saúde para essas estruturas.
2. Fortalecimento do sistema imune
Não é segredo para ninguém que a alimentação é fundamental para fortalecer as defesas naturais do nosso organismo.
Com uma alimentação mais equilibrada, o corpo passa a ter acesso a um leque maior de nutrientes que contribuem para reforçar nosso sistema imunológico.
Como resultado, nos tornamos mais resistentes às chamadas doenças oportunistas, como infecções respiratórias, infecções urinárias, gripes e resfriados, e até doenças cardíacas, como é o caso da miocardite, que é uma inflamação da membrana do coração provocada pela ação de vírus e bactérias.
3. Humor e saúde mental
Se você pensa que os benefícios de uma reeducação alimentar ficam somente no corpo, é melhor repensar.
Quando melhoramos nossa alimentação, de forma consistente, nossa saúde mental também sai ganhando.
Isso porque, com uma alimentação mais rica e variada – com alimentos como ervilha, banana, castanha de caju, entre outros – é possível estimular a produção de substâncias como a serotonina (hormônio do prazer), importante no proteção contra quadros emocionais, como depressão e ansiedade, trazendo mais relaxamento e satisfação.
4. Promove sensação de saciedade
Quando alguém faz uma dieta, um dos maiores desafios é se manter disciplinado(a) nos intervalos entre uma refeição e outra.
Um dos principais benefícios de uma reeducação alimentar é que, com a ingestão de mais alimentos naturais, ricos em fibras, carboidratos integrais, proteínas magras e gorduras boas, aumenta-se a sensação de saciedade entre as refeições, o que ajuda a evitar ficar “beliscando” ao longo do dia.
Apesar de ser sempre necessária certa moderação, com melhores escolhas alimentares, é possível controlar a fome sem precisar restringir totalmente nenhum tipo de alimento.
Ou seja, a fome é diminuída de forma natural, auxiliando assim na compulsão por comida; um dos maiores desafios das pessoas.
5. Fornece energia e disposição
Quando estamos bem alimentados, nosso corpo funciona melhor, nosso desempenho – físico e mental – melhora e nossa saúde geral aumenta é beneficiada.
Por isso, quando sua rotina alimentar diária prioriza alimentos que liberam energia na corrente sanguínea de forma lenta e constante – como os alimentos integrais – e que estimulam o cérebro a funcionar sem picos e baixas intensas de estímulo ao longo do dia, você passa a experimentar uma sensação mais constante de energia e disposição.
Como resultado prático, é possível experimentar um aumento do nível de concentração, redução do estresse (comum quando nos vemos sem energia) e melhora da capacidade física para as atividades do dia a dia e para a prática de exercícios.
Como começar uma reeducação alimentar?
É importante ressaltar que, para usufruir dos benefícios de uma reeducação alimentar, como os mencionados neste artigo, é preciso contar com a orientação de um(a) nutricionista ou nutrólogo(a), que poderão solicitar a realização de exames para averiguar se há carências nutricionais mais urgentes ou deficiências que precisam ser supridas.
Independentemente disso, você já pode inserir em sua rotina alguns hábitos alimentares mais saudáveis, como:
1. Reduzir os intervalos entre as refeições
Pode parecer estranho, mas a verdade é que, comer com mais frequência te ajuda a comer menos.
Você não precisa seguir à risca a regra de “comer de três em três horas”, que é tão falada por aí, mas manter intervalos menores entre as refeições faz com que você esteja menos faminto na próxima vez que for comer, facilitando assim, o controle da quantidade de alimentos que você põe no prato.
Além disso, essa prática mantém o nível de glicose estável, aumentando a saciedade e a concentração no dia a dia.
No entanto, para ter esses benefícios sem acabar ganhando peso, é fundamental que as porções de comida sejam diminuídas, ou seja, mais refeições ao longo do dia, distribuídas em quantidades menores.
2. Reeducar o paladar
Passar a consumir alimentos mais saudáveis e naturais, quando estamos habituados a uma dieta rica em produtos industrializados pode ser um desafio, já que nosso paladar está acostumado com preparações com mais açúcar, sódio ou gordura, que são geralmente usados para acentuar o sabor dos alimentos.
Para mudar isso e passar a apreciar um paladar com sabores mais suaves e naturais, é preciso ir fazendo mudanças graduais, como evitar acrescentar mais sal nos alimentos após o preparo, consumir sucos de frutas sem adição de açúcar, preferir salgados assados aos fritos, entre outras mudanças.
Em pouco tempo você vai perceber que seu paladar passará a ter prazer com sabores mais suaves e nem sentirá mais falta dos antigos hábitos.
3. Aumentar o consumo de água
Desde crianças ouvimos que é bom tomar água, e numa reeducação alimentar esse item não pode ficar de fora.
Consumir mais água é importante tanto para o funcionamento de todo o organismo quanto para ajudar a nos manter sem fome ao longo do dia.
É isso mesmo!
Muitas vezes nosso cérebro nos prega uma peça, ao sinalizar que estamos com fome, quando na verdade estamos com sede. Faça o teste: quando você achar que está com fome antes da hora da próxima refeição, experimente tomar água. Muitas vezes você verá que essa “fome” vai passar.
4. Avaliar se é realmente fome
Ao reduzir o consumo de alimentos ricos em açúcar e substâncias químicas, podem surgir vontades súbitas de certos alimentos mais calóricos, como chocolate ou batata frita.
Nessas situações, é preciso ponderar: é realmente fome ou apenas vontade de comer por impulso ou ansiedade?
Além desses hábitos, para melhorar ainda mais sua relação com a comida e ter uma vida mais saudável, observe também os seguintes cuidados:
- Não ingerir líquidos junto com as refeições (melhorar a digestão e a sensação de peso após as refeições).
- Alimentar-se em locais tranquilos e evitar distrações (a distração te leva a comer mais).
- Criar o hábito de cozinhar em casa (além de economizar, você ainda tem mais controle sobre os ingredientes usados nos preparos).
- Unir a alimentação equilibrada a outras práticas, como exercícios físicos regulares.
Como podemos concluir, a reeducação alimentar busca uma mudança duradoura na qualidade de vida e no bem-estar, protegendo o corpo e promovendo saúde mental.
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